quarta-feira, 29 de abril de 2009

As brechas que Heroes nos deixou...

O texto a seguir VAI ter spoilers, porque eu não vou conseguir me conter e deixar de falar dos fatos importantes relacionados à trama principal de Heroes: A eterna vigilância que eles permanecem.

Quando terminou a primeira temporada, elegi meus personagens favoritos: A família Petrelli, Matt Parkman, Hiro. Todos com personalidades marcantes e um desenvolvimento razoável. Ao contrário da maioria, não fiquei cismado pela curta luta entre Peter e Sylar, os dois poderosos do mundo de Heroes. A segunda temporada me forneceu um final mediano, com muitas pontas soltas e dúvidas que me incomodavam. Além de terem destruído a Claire para mim, conseguiram tornar enfadonha a história do Hiro (Em começo de se tornar o personagem infatil do terceiro volume) e criar uma série de personagens mal utilizados (Alguém lembra da prima do Micah?). Culpa da greve? Não sei. E então veio a terceira temporada, com a surpresa: Dois volumes, de treze episódios cada. Eu sempre gostei de Heroes e nunca pensei em desistir de assitir, mas o terceiro volume chegou perto de conseguir isso. Personagens como o Papai Petrelli e o chove-não-molha vilanesco/heróico do Sylar me deixaram MUITO irritado. Escolha um lado e pára de tentar torná-lo o Wolverine! Não colou. Hoje eu terminei o quarto volume e a impressão que me deixou é muito similar à da primeira temporada: Gosto de quero mais, mas com uma certeza de que faltava alguma coisa. Algo grande como um elefante.

A começar pela real extensão dos poderes do Sylar. Se ele poderia simplesmente mudar a posição da tal região sensível no cérebro dele, por que não conseguiria impedir que a injeção o afetasse? Ele já fez isso na primeira temporada, quando o Mohinder o prendeu e ele estava DROGADO na situação. A insconsistência das habilidades do pobre Gabriel é, repito, uma tentativa de transformá-lo no Logan da mitologia Heroes. A seleção de habilidades que absorveu é extremamente poderosa (E algumas deles ele até relembrou de última hora) e dificilmente seria impedido por algo do naipe. Aliás, se o Peter incorporou os poderes do Sylar, ele não deveria ter a famosa "fome"? Mais uma falha dos roteiristas de Heroes.

E acredito que a culpa não seja deles. Não exclusivamente, digo. Heroes fez uma primeira temporada digna que, apesar de não ser um blockbuster, ao menos era melhor do que muito material já feito para quem gostava de "super-heróis". A bola de neve começou na segunda temporada, quando a fama subiu à cabeça e certas medidas tomadas não poderiam mais ser remediadas. O Peter herculéo, Sylar insano, Claire querendo se mostrar útil (Tal qual a sua ex-amiga Elle) e outros tantos personagens mudados drásticamente de um momento para o outro. Mas para continuar eu preciso abrir um espaço para discutir alguns personagens exclusivamente:

Claire, a filhinha do papai com o poder de se recuperar. Desde que a loira descobriu a sua capacidade de sobrevivência acima do extremo, com tendências de imortalidade, ela se perdeu MUITO. Por sorte, encontrou a redenção no arco após fugir com o pai (O verdadeiro) para o México. A cena em que ela encosta a testa no revólver do assistente do presidente redimiu grande parte dos seus erros. Ainda assim, espera-se que ela tome um calmante e ocupe o espaço da surdina com seus ex-namorados (Todos que ela se relaciona tendem a sumir, perceberam?); Mohinder, por outro lado, atestou sua burrice extrema nesta que é a pior de todas as suas participações. Em nenhum momento eu consegui acompanhar a linha de raciocínio do doutor super-forte. Trai, ajuda, volta para o lado certo, é perdoado, não é perdoado. Quando eu imaginei que ele tomaria um partido definitivo, simplesmente o ignoram e ele só figura. Seu final burocrático (Em volta da pira, dá um tchauzinho e some) não me espantou. Espero que encontre a redenção em um futuro próximo; Hiro finalizou melhor do que começou, mas com um baita problema. Definitivamente ele virar um sidekick a partir de agora. Na época do terceiro volume, em um dos arroubos de criancice do personagem (Antes da lobotomização) eu conversei com um amigo e chegamos à conclusão de que ele precisava tirar umas férias, sair de cena por um tempo, tal como o Batman em 52 e quem sabe retornar revitalizado, mais coeso. É uma ótima oportunidade agora para que ele redima seus pecados e volte ao estrelato; Matt Parkman fechou o ciclo: Deixou a casa, criou uma criança com o Suresh (Aliás, cadê a Molly?), relacionou-se com uma garota mais jovem, a viu morrer, cometeu o maior de todos os seus pecados e então voltou para casa. Uma surpresa grata. Espero bons momentos ao lado do bebê liga-desliga no volume 5.

Caham, notaram o excesso de redenção no parágrafo anterior? Proposital. O nome do quinto volume me foi muito curioso: Redenção. Quem estaria se redimindo? Sylar, na pele de Nathan? Mama Petrelli, amando um filho falso e quem sabe finalmente encontrando a paz? Peter, de volta ao status quo sem chances de cair de boca nos conflitos? Ou quem sabe até mesmo os esquecidos Micah e Haitiano? Ou Hiro e Ando, em sua terra natal? Provavelmente todas as opções estão corretas, afinal, é normal que os produtores tentem unir os fios entre os personagens em todas as temporadas e assim aproveitar a sua fauna, sem pensar nas sobras. Vai sobrar pra algum personagem, tenho certeza, descaracterizado ao extremo. Mas quem sabe? O quarto volume, apesar dos erros, foi um bom volume e costurou um pouco a trama confusa, abrindo novamente o caminho para os futuros apocalípticos vistos por Hiro e Peter. Quem sabe não é agora que o, infelizmente único, filho de Arthur Petrelli ganha a famosa cicatriz? Esperar para ver.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Julgando prioridades: Turismo ou Segurança?

É de surpreender que nós não tenhamos ainda nos tornado o estado mais violento do país. Certas atitudes governamentais não tem o mínimo de explicação LÓGICA. Uma delas é referente as necessidades das duas pontes que conectam a parte continental e a ilha de Florianópolis, entre elas a de aumentar as proteções laterais. Sério, outro dia passou um bêbado pelo meu carro e ele quase jogou a moto na água. A solução foi colocar um outro guard rail, mais alto e reforçado e que iria aumentar a pouca segurança do local. Até que embargaram. Por causa do turismo.

Eu li a notícia ontem, no Diário Catarinense. Não acreditei. A obra foi interrompida quarta-feira por não corresponder à todas as exigências pedidas pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) e pela Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (SUSP). Explico: Quando fizeram o projeto, não perceberam que a implantação do Guard Rail ia afetar a vista da Hercílio Luz. E, agora que parte da obra já tinha começado, eles resolveram interromper até dia 7 de março.


Um minuto para reflexão: Obra de SEGURANÇA foi INTERROMPIDA por causa da VISTA da HERCÍLIO LUZ, uma preocupação com os TURISTAS. E o povo de Floripa vai bem, obrigado, né? E aí, pra completar, a declaração do secretario da SUSP, José Carlos Rauen: "Temos que criar artifício de segurança com análise de engenharia e arquitetura. Não podemos, em nome da segurança, tapar a vista da ponte". Só eu ou tem algo de muito errado com essa frase?!?